‘O hip hop salva’: audiência pública recebe representantes de todas as expressões do movimento

por frg publicado 19/05/2023 16h49, última modificação 19/05/2023 16h49

O movimento do hip hop tem mais de duas décadas de presença em Fazenda de Rio Grande e tal percurso foi debatido em audiência pública realizada na última quarta-feira (17), na Câmara Municipal de Fazenda Rio Grande (CMFRG).

Participaram da atividade os vereadores Professor Léo (PSB) e Professor Hélio (PSD), o Secretário de Cultura, Natanael Ferreira Coutinho, e Rutierre Coutinho, assessor da deputada Estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) - representando a parlamentar. 

Além deles, compuseram a mesa que abriu a audiência representantes de todas as expressões artístico-culturais do hip hop. Sendo eles: Renato Sales, Samanta Alves, Pâmela Santos, Paladino, Christoffer, Alisson Rocks, Ruan, Alan Marques e Mariá. 

Atualmente, os elementos do movimento são breaking, graffiti, rap, disc jockey (dj's), batalha de rima, mestres de cerimônia (mc's), beatbox, slam declamação e batalha de poesias, popping, locking e free style.

Os representantes falaram não apenas sobre essas expressões, mas do contexto delas no município e também de sua história, seu impacto social, cultural, educacional e econômico. 

O público que acompanhava também pode participar com comentários acerca da manifestação cultural. 

De acordo com o Professor Léo (PSB), “um dos objetivos dessa audiência pública foi o de apresentar o movimento para parte da população e trazer esse debate para dentro da Câmara”. 

O vereador é autor do projeto de lei nº 014/2023, que declara o hip hop como patrimônio cultural imaterial do município e que está em fase de tramitação na CMFRG. A audiência foi um modo de garantir que “tais debates pudessem ser incluídos na redação final”, completou.

O vereador Professor Hélio ressaltou a importância da valorização da cultura popular. “Como professor, não poderia ser diferente. Sou apoiador da cultura e da arte, e que bom que a cultura popular está sendo reconhecida e valorizada”, disse.

Rutierre Coutinho lembrou da amplitude e complexidade do movimento: “Para se apresentar algo, falar em nome de algo, é preciso ter o cuidado de falar com todos os atores. E o hip hop é um movimento muito amplo: ele está presente na educação; tem literatura, tem poesia, tem história e tem cultura. O hip hop é segurança, porque resolve problemas entre vilas. É saúde, porque movimenta o corpo, a mente. É emprego e renda, porque as pessoas produzem e vivem de hip hop”.

Já para o representante da Secretaria de Cultura - que tem uma história dentro do movimento - um dos pontos de destaque é o diálogo com a realidade, motivo pelo qual as pessoas se identificam. 

“Nós vivíamos em uma cidade que estava crescendo e se desenvolvendo, mas naquele momento, há mais de duas décadas, era uma cidade pobre, conhecida como cidade dormitório. E nós não tínhamos acesso aos bens culturais. Queríamos nos expressar, mas não tínhamos voz ativa, e era o hip hop que proporcionava isso. Por isso que a gente fala que o hip hop salva, ele proporcionou outra perspectiva”, contou.