Pai e filho experimentam novos papéis em projeto na CMFRG

por frg publicado 05/12/2022 14h51, última modificação 05/12/2022 14h51
Ederson Oliveira é professor do vereador Antônio Oliveira; ambos participaram da primeira legislatura do Parlamento Jovem


Ederson Gusella de Oliveira é aquele professor que acredita que a educação deve viabilizar diversas experiências ao estudante na sociedade. Ele leciona história na Escola Bayard Osna e quando foi apresentar o projeto Parlamento Jovem, da Câmara Municipal de Fazenda Rio Grande (CMFRG), nas salas e explicar como funcionaria, foi surpreendido pelo estudante Antônio Gabriel de Oliveira que se interessou de prontidão. 

Antônio é filho e aluno de Ederson. “Quando eu soube do projeto, ali, naquele momento, com meu pai contando na sala de aula, eu tive vontade de participar. E eu quis para ter uma nova experiência”, explicou. Ele tem 15 anos e foi o 2º secretário dessa gestão. 

“Fiquei muito surpreso quando ganhei a eleição na escola, não imaginava que eu teria votos suficientes. E foi muito legal participar. Eu descobri o que um vereador faz e como pode realizar melhorias para a cidade. Lá na minha rua, não tinha acesso para cadeirantes. Eu levei isso como demanda e transformei em requerimento para ajudar a melhorar a região”, contou. 

Antônio Gabriel de Oliveira demonstrou preocupações com questões ligadas à mobilidade, seja de pessoas que andam a pé, de pessoas que têm dificuldade com mobilidade ou de pessoas que precisam de assentos preferenciais em transportes públicos - foco do projeto de lei apresentado, que institui o uso do símbolo do transtorno do espectro autista na indicação de assentos preferenciais do transporte coletivo. 

O professor Ederson Gusella de Oliveira reconhece muitos frutos positivos na participação de seus alunos no projeto. Um deles foi a criação de um grêmio estudantil, o Bayard Forte. Na chapa, dos 15 estudantes, 90% atuaram no processo do Parlamento Jovem de alguma forma. Além disso, concorrer e cumprir os mandatos exigiu muita habilidade de comunicação de cada vereador e vereadora e, em alguns de seus alunos, ele percebeu profunda transformação: 

“A Emily [Pereira dos Santos] era uma pessoa tímida, que não gostava de falar em público de jeito nenhum. Ela até quis desistir por ter que pedir votos. Eu fui lá e conversei com ela, aconselhando para não ter vergonha. No final, além dela ser eleita, foi a 2ª vice-presidenta”, contou.

Nas últimas sessões, o professor reconhecia outra Emily, com muito mais confiança para falar em público, demonstrando que entrou de um jeito e saiu de outro. O outro estudante que o professor notou grande mudança foi Antônio. “É difícil ser filho do professor e mais ainda ser filho do professor popular da escola. E o Antônio, nesse processo, aprendeu a conversar, a negociar. Criou a percepção de diferenciar o que é um colega das amizades verdadeiras, por exemplo”, contou. 

O professor destaca, ainda, que os estudantes passaram a apresentar um olhar mais apurado que consegue discernir aquilo que é de responsabilidade municipal, estadual ou federal. “Eles entenderam, principalmente, qual é o trâmite para resolver uma demanda e que não precisa ir só na prefeitura. Dá para falar com o vereador e levar as problemáticas daquela região. Eles aprenderam a importância de pesquisar sobre algo para saber se aquilo já existe, como uma lei, por exemplo. Agora, eles conseguem olhar mais para a própria comunidade e para os problemas que estão acontecendo lá”, ressaltou. 


Este texto faz parte de uma série sobre o Parlamento Jovem - Lei 1.503/2021 que tem como foco estimular a consciência política paralelamente à formação escolar.